quarta-feira, 27 de maio de 2015

Entenda a operação do FBI que prendeu Marin e outros seis cartolas do futebol na Suíça


INVESTIGADO: José Margulies (75, Brasil) é mandatário nas empresas Valente Corp. e Somerton Ltd. Investigado por supostamente ser intermediário para facilitar pagamentos de executivos das empresas aos dirigentes Leia mais Reprodução/Youtube

Uma operação liderada pelo FBI em solo suíço levou à prisão sete dirigentes do alto escalão do futebol mundial, entre eles o ex-presidente da CBF José Maria Marín. Entenda os motivos que levaram às detenções e o que deve acontecer com os indiciados.

Por que os Estados Unidos são responsáveis pelas prisões?

As autoridades norte-americanas alegam que as transações ilícitas foram acordadas no país e que utilizaram bancos dos Estados Unidos. Além disso, afirmam ter jurisdição sobre o caso pelo fato das empresas de mídia do país pagarem o maior valor de direitos de transmissão da Copa do Mundo.

Quais são as acusações da investigação?

Os 14 indiciados (veja a relação abaixo) são acusados de extorsão, fraude, lavagem de dinheiro, entre outras irregularidades. A investigação aponta suborno de US$ 150 milhões (cerca de US$ 450 milhões) em questões ligadas a transmissão de jogos e direitos de marketing do futebol na América do Sul e Estados Unidos.

Quanto tempo os acusados podem ficar presos?
Caso sejam condenados, os indiciados podem pegar até 20 anos de prisão por fraude, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, extorsão e obstrução de justiça. Eugenio Figueredo ainda corre o risco de ser preso por mais 10 anos por fraude no processo de naturalização e ter sua cidadania americana revogada.

O que acontece agora com os dirigentes presos?

Os Estados Unidos já pediram a extradição de Marin e dos outros seis cartolas detidos. Caso os indiciados se oponham à extradição, será aberto um requerimento e eles permanecerão por menos 40 dias na Suíça até o desfecho do caso.

Há alguma possibilidade de Marin ser extraditado ao Brasil?

Para isso ocorrer é necessário haver um processo sobre este caso em curso na Justiça brasileira (nenhuma autoridade brasileira confirma essa informação).

Outra possibilidade é algum acordo de cooperação entre Brasil e Suíça para este tipo de crime e os Estados Unidos abrirem mão de extraditá-lo para lá (EUA).

Quem são os 14 acusados?
Sete dirigentes foram presos em um hotel em Zurique na operação desta quarta-feira (27):

José Maria Marin (ex-presidente da CBF e do Comitê Organizador da Copa-2014, membro do comitê organizador da Fifa para torneios olímpicos); Jeffrey Webb (vice-presidente da Fifa, presidente da Concacaf e ex-presidente da federação das Ilhas Cayman); Eduardo Li (presidente da Federação Costarriquenha e membro dos comitês executivos da Fifa e da Concacaf); Julio Rocha (presidente da federação da Nicarágua), Costas Takkas (dirigente da Concacaf), Rafael Esquivel (presidente da Federação Venezuelana e membro do comitê executivo da Conmebol), Eugenio Figueiredo (vice-presidente da Fifa e ex-presidente da Conmebol e da federação uruguaia)

Os outros sete indiciados pela operação são Nicolás Leoz (ex-presidente da Conmebol), os executivos de marketing esportivo Alejandro Burzaco, Aaron Davidson, Hugo Jinkis e Mariano Jinkis, além do brasileiro José Margulies, que seria o intermediário responsável por facilitar os pagamentos ilegais. Todos também tiveram seus pedidos de prisão decretados pela Justiça norte-americana.

Além dos indiciados nesta quarta-feira, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos ainda aponta outros envolvidos no esquema e que já teriam admitido culpa durante a investigação. Entre eles está o empresário brasileiro J. Hawilla, da empresa de marketing esportivo Traffic, que se comprometeu a devolver US$ 151 milhões.


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